Risadas infantis, brincadeiras inocentes, toda a pureza de quem ainda não descobriu o quanto a vida pode ser terrível. Tudo isso atraía violentamente Alex. Ele não sabia o porquê, mas era o que lhe levava a frequentar parques, circos, perambular próximo às escolas e creches. A satisfação e prazer em tocar naqueles rostinhos de pele tão macia, nos corpinhos em desenvolvimento, de seduzir e guiá-las até o local do deleite era inexplicável. Era quase como uma droga, uma necessidade.
Alex trabalhava em um hotel, com horários bem variados. Mas sempre havia algum dia em que ele estaria livre para procurar suas pequeninas doçuras. Ele sonhava poder trabalhar em um lugar onde houvesse dezenas, centenas daqueles anjinhos.
Sua última ação foi uma semana atrás, perto de uma creche recreativa. Tão linda, com cachinhos dourados e bochechas rosadas…
O astuto rapaz esperou o momento certo, enquanto a responsável descuidou-se no passeio que fazia com as crianças. Alex suspirou relembrando todos os momentos, do início, até o momento em que infelizmente teve que matá-la. Não poderia arriscar ser reconhecido, pois lhe traria muitos problemas. Mas ele desejava ardentemente encontrar outras daquele jeito, com aquelas expressões.
No balcão, como atendente, ele via ocasionalmente lindas pessoinhas. Mas obviamente não poderia arriscar se deixar levar pela vontade, ou seria inevitavelmente descoberto. No dia de hoje, ele largaria no fim da tarde e provavelmente não iria encontrar crianças com fácil acesso. Elas são mais frequentes de manhã, ou no começo da tarde. Um tanto decepcionado, concluiu que a única opção seria ir para casa e satisfazer-se sozinho no banheiro… Ou ver algo no fórum virtual que participava, exclusivo para apreciadores da prática nefasta que tanto o fascinava.
Finalmente, o final do expediente chega. Ele cumprimenta educadamente todos os amigos de trabalho, que o adoram por sinal. Inclusive faz carinho na cabeça do filho de uma amiga, dizendo que o mocinho será um rapaz notavelmente bonito. Enfim, acabam-se as formalidades e ele vai embora. Optou por pegar o metrô, pois seu carro estava em reparos. Alex era considerado bonito, pois durante o caminho varias moças o olhavam. Mas seu interesse era em pessoas jovens, bem mais jovens.
Descendo as escadas da estação, notou que não havia muito movimento. Sentou-se no banco de concreto e esperava a chegada do metrô. Mas algo lhe chamou a atenção: o inconfundível som de risadas infantis. Olhando ao lado, Alex viu com descrença a preciosa beleza que o deixou sem reação. Três maravilhosas garotinhas com cachos dourados e bochechas rosadas cochichavam e riam, observando o rapaz abobado. Saltitando, elas foram em direção a Alex, que se levantou e também se aproximou.
Agachando-se, seu estado de contemplação o impedia de falar. Foi surpreendido ao ouvir a vozinha de uma delas.
— Moço bonito, ajuda a gente a ir pra casa? — a criança falou sorridente.
— C-claro! Claro que sim!
E ele assim o fez. Quando teve suas mãos puxadas pelas mãozinhas das crianças, riu de prazer. Era muito sortudo, pensava consigo. Não imaginava que o dia poderia ser tão bom. Subindo as escadas para fora da estação, dessa vez, ele foi guiado. Não sabia onde estava indo, mas aceitaria ir até o fim do mundo com aquelas belezinhas. Foi levado entre becos e becos da cidade, que já estava sob o véu da noite. As garotinhas, com vestidos próprios da idade, aparentavam ter entre sete ou oito anos. Todas tão lindas…
Chegaram em uma casinha de madeira, escondida naquela selva de pedras. Elas entraram e Alex foi convidado. Já maquinava como iria possuir as três ali mesmo, mas um cheiro forte de decomposição ataca-lhe o nariz. Antes que pudesse indagar, sentiu o severo gelar de sua barriga e o medo o tomar por completo. As três crianças sorriam, todas com os olhos completamente negros.
Ao tentar fugir, sentiu uma das crianças morder seu braço tão fortemente, que escutou os próprios ossos quebrando. Urrou de dor e tentou fugir, mas as pequeninas o imobilizaram. Seu estômago foi aberto até o peito pelas mãozinhas das três, e banharam-se no sangue do rapaz, que via suas próprias tripas serem arrancadas.
Dando risadinhas, as crianças brincavam com o coração de Alex, jogando-o de mão em mão, antes de abocanhá-lo. Tão felizes, com sorrisos até a ponta da orelha, traquinas e sujas de sangue. Teriam uma boa refeição ali.
No dia seguinte, ao cair da tarde em um parquinho próximo, as três cirandavam e cantavam cantigas infantis, enquanto um rapaz sentado em um banco as admirava.
— Hoje deve ser meu dia de sorte… — falou entusiasmado…
Autor: Mr. Don
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