À Deriva do Medo

por Mundo Sombrio
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Acostumado com a pesca simples, navegar em um barco baleeiro foi uma novidade para minha pessoa. A busca pelo óleo daqueles animais arrecadaria muito dinheiro, e eu não poderia perder a oportunidade oferecida por um velho amigo de infância, para embarcar naquela noite e sair em uma nova aventura em minha vida. Eram por volta de sete homens, com exceção da minha pessoa, navegamos por lugares que eu não conhecia, em regiões onde o ar fica pesado e a noite, com as suas estrelas, pareciam fantasias confusas.

As máquinas falavam sobre uma tempestade, mas as nuvens diziam o contrário. Tudo não parecia que iria ficar pior, até que, qualquer tipo de comunicação fora afetada por uma onda magnética. As palavras daquele capitão velho e experiente, apesar do tempo que vivera no mar, até para ele, eram confusas. Não foi difícil perceber que nós estávamos perdidos no meio das águas. As estrelas, na verdade as constelações, eram estranhas para mim, pois sempre usei delas como um mapa, e apresentava que chegamos a uma região remota.

Nas primeiras noites, conseguimos nos sustentar com alimentos em conserva, porém logo acabaram, e o pânico estava por todo lugar. Uma onda sombria de medo e desespero se espalhou por todo o barco baleeiro. As águas ficam limpas… você conseguia ver as criaturas dentro do mar, eram uns monstros que nós nunca víamos e não arriscaríamos jogar as redes para tentar saciar a nossa fome. O olhar de desespero era algo tão assustador quanto a imaginação do Inferno, observando aqueles infelizes pensando no pior, em cada momento que nós respirávamos.

Parecia que estávamos navegando em círculos, visto que não conseguimos fugir daquelas águas. Durante o dia, o sol era diferente, dado que os raios ultravioletas congelavam as nossas peles. A noite, não ouvimos nossas próprias respirações e os desesperos em palavras, contudo, no escuro, vozes de fantasmas nos deixávamos assustados e as ondas, batendo no barco, pareciam arranhões de criaturas. Estávamos morrendo de sede e chupar cana de açúcar não iria nos salvar por muito tempo, em um momento de loucura, eu joguei um balde dentro daquela água e derramei aquele líquido com sal na minha boca. Logo em seguida, comecei a vomitar e apaguei por causa da desnutrição.

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Fiquei por quase dois dias com uma saúde à beira da morte, ouvindo os meus companheiros dizendo que deveriam sacrificar um de nós para servir de alimento, e o que estava mais desabilitado era eu. Não conseguia me levantar e nem falar nada para me defender, mas, quando adormeci, na primeira vez conseguindo lutar contra a sede e a fome, acordei em uma noite em que o ar estava mais pesado do que o normal e uma neblina branca e assustadora cobria todo o barco baleeiro.

Mesmo desnutrido e quase com o pé na cova, me sentia bem para caminhar e tentar encontrar os outros homens e tentar saber o que estava acontecendo. No entanto, uma coisa medonha, que veio dos abismos, chegando com a névoa, estava pronta para nos matar: eu vi uma criatura humanoide, com garras grandes, o corpo gelatinoso e olhos esbugalhados como de um peixe. A coisa estava vindo em minha direção, e eu me joguei no chão, assustado e procurei algo para me defender. A primeira coisa que eu vi foi uma lança, que é usada para atacar baleias e perfurar os seus corpos, consegui forças para arremessar contra aquela criatura que berrou com um som blasfêmico de sofrimento.

Removi o objeto do corpo daquele monstro, magro e com o rosto da morte, para encontrar os meus amigos e dizer o que havia acontecido. O sangue daquela aberração era verde, como se fosse uma coisa vinda de outro planeta. No dormitório, já era tarde demais, as criaturas estavam próximas das camas prontas para devorar os meus amigos, e eu perfurei os seus troncos, diversas vezes, matando os monstros. Os meus esforços não adiantaram de nada, já era tarde demais: percebi que os meus companheiros já haviam sido mortos…. os seus torsos estavam rasgados, perfurados e parecia que não conseguiriam lutar, mesmo que tentassem resistir a um ataque surpresa.

– Isso foi tudo que aconteceu? – perguntou o juiz, naquele chiqueiro de porcos de trabalhadores do mar.

– Sim, eu acho, nunca me senti tão assustado diante de tal terror. – essas palavras foram difíceis para mim, pois disseram que, quando me encontraram, eu estava em uma poça de sangue, e no meu resgate, passei quase uma semana apagado até ser acordado e me encontra em um julgamento por causa dos meus companheiros mortos.

Os jurados não eram nada além de trabalhadores locais e todos me conheciam, o juiz também não poderia fazer nada para a situação na qual passei. Várias pessoas gritaram que eu estava “louco na situação”, por conta da fome e a sede e disseram que eu deveria ser libertado para minha família e tentar superar o trauma, no qual eu vivi naquele mar hediondo.

Fui liberado, no entanto as coisas não eram mais como antes, uma vez que eu me sentia estranho e não consegui me livrar do mesmo pavor no qual galguei. A minha casa é um barco, que fica na região costeira, eu saio do mar, mas não me livro dele. Apesar dessa situação, estou habituado ao movimento das águas, a minha família estava reunida: a minha mulher, os meus dois filhos e uma cachorra, que estava prestes a ter filhos, com a sua barriga enorme.

Após vários dias, me senti em paz para dormir com a minha esposa. A única coisa que eu poderia fazer era agradecer por ter escapado vivo, mesmo que ninguém tenha acreditado nas criaturas horrorosas que eu vi e as regiões estranhas que o nosso barco baleeiro navegou. Tentei esquecer essas coisas para fechar os meus olhos e dormir.

Acordei jogado no chão, não sabia como eu vim parar nesse local, mas observei algo que trouxe o horror do passado para agora: a névoa havia chegado! Eu sei o que ela traz, fiquei assustado e desejando pedir ajuda, porém, não iria deixar minha família para a mercê desses temores! Quando estava chegando ao quarto das minhas crianças, já era tarde demais, havia uma criatura repugnante, com o corpo gorduroso, fazendo sons assustadores e vários vermes saindo da sua barriga, alimentando-se da própria entidade. Eu não dei tempo para que ele lutasse! Utilizar uma barra de ferro para esmagar o seu crânio e pisar nas larvas que estavam se alimentando da sua carne!

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No quarto dos meus filhos, encontrei dois monstros marinhos, criaturas metade peixe e metade homem, com olhos grandes como piratinga, os dentes como o peixe lobó e suas bocas banhadas com sangue. Eu quebrei as suas cabeças com vários golpes violentos, contudo, já era tarde demais, eles haviam matado as minhas crianças. Ainda atônito, corri para o quarto da minha companheira para encontrar uma outra criatura tão assustadora quanto as outras, essa tentou lutar, fez berros como se fosse uma besta sanguinária, mas eu consegui matá-la como eu matei as outras aberrações.

Escapei, ainda com o sangue verde daqueles monstrengos em minhas roupas, para pedir ajuda. Os homens chegaram até a minha casa, na beira do mar, e encontraram a minha família morta. No entanto, como no barco baleeiro, não viram os monstros e ficaram horrorizados olhando para mim… Os seus olhos e as expressões de amedrontamento, isso tudo foi junto com o silêncio, em suas bocas, tão assustador para um julgamento horroroso que não precisavam falar nada, apenas avistar em minha direção e me julgar como um louco!

História de Terror escrita por Sombrio

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