No Silêncio do Cemitério

por Mundo Sombrio
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Aos Doze anos nunca havia tido contato com a morte, não fazia ideia o que era ver um cadáver, até chegar certo dia. Ao voltar da escola, observei que tinham muitas pessoas no meu portão.

Meu avô havia falecido e, pela primeira vez, entrei em um cemitério.

Foi então que me explicaram o que significava a morte.

Passados alguns dias, nós nos mudamos. A casa era próxima ao cemitério. De início, tinha certo receio, mas com o passar do tempo, passei a ir todas as tardes neste cemitério, o silêncio do ambiente me trazia paz.

As provas finais da escola, exigia certo tempo para estudar, nos intervalos eu procurava relaxar e caminhar entre os túmulos, observando as lápides, o ano da qual haviam nascidos, até a data de falecimento, reparava também em suas fotos.

Me perguntava sobre o sentido da vida e se haveria vida após a morte.

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Anos se passaram desde então. Me formei na escola, porém alguns hábitos permaneceram em minha personalidade, eu era reservado e com poucos amigos. Então chegou a hora de fazer uma faculdade, me interessei na área da engenharia civil, me dedicando ao máximo aos estudos.

Um outro hábito que persistiu foi o de frequentar o cemitério durante à tarde. Seu silêncio me fazia meditar. Com todo este tempo, já conhecia todos os funcionários que trabalhavam no local.

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Neste mesmo ano, eu perdi minha mãe em um acidente de carro. Seu corpo foi velado na capela deste cemitério. Procurei ficar longe das pessoas que acompanhavam o cortejo durante o enterro. Todos se despediram.

Ao final do enterro, eu ainda fiquei por alguns minutos, já que não havia mais ninguém me esperando em casa. Foi quando um senhor se aproximou de mim, ele trazia em mãos um ramo de flores.

– Qual o grau de parentesco com o finado? – perguntou o senhor de voz rastejada.

– Não é finado, é finada. Ela é minha mãe – respondi.

– Desculpe meu amigo, eu também acabei de perder alguém. Minha esposa.

Conversamos por algumas horas, como já era tarde, nos despedimos e seguimos nosso caminho.

Eu sempre voltava para aquele cemitério e sempre encontrava aquele senhor, com um ar sereno e o ramo de flores nas mãos.

Passamos a ter uma boa amizade, conversávamos por horas. Ele sempre me fazia companhia em minha caminhada ao observar as lápides e nos questionávamos:

“Como seria a vida depois da morte?”

“Para onde iríamos? E como íamos lidar com ela.”

Anos se passaram e eu me mudei para outra cidade.

Minha vida acabou se tornando rotineira, do trabalho para casa e com pouco tempo de lazer, mas nunca deixei de voltar naquele cemitério, onde tudo permanecia igual.

Acompanhava os velórios e sempre era o último a deixar o cemitério.

Voltei à minha cidade natal onde a “morte” teria me dado um grande amigo.

Após alguns dias, retornei ao cemitério, mas não encontrei aquele senhor. Perguntei aos funcionários do cemitério e me disseram que ele viera a falecer há alguns meses atrás.

Procurei pelos seu familiares, pois queria saber o que havia acontecido, eles me informaram que a causa da morte fora um ataque cardíaco.

Fui ao cemitério para ver onde ele havia sido sepultado, até encontrar a lápide com sua foto.

E agora havia descoberto o mistério da morte.

Não retornei mais naquele cemitério, pois não iria me acostumar sem a presença do meu velho amigo.

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Voltei para o meu trabalho e meus estudos, mas sempre pensava naquele episódio da minha vida. Aquele senhor para mim era misterioso. Passei a levar flores e velas em seu túmulo, mas para mim a vida continuava.

Aquele velho homem sempre esteve lá, mesmo não o vendo caminhar junto a mim. Depois de tanto questionar sobre a morte, agora ele já tem a resposta.

Antes do acontecido, eu escrevo esta história e tudo que sei é que acordei de um sonho ruim e estou neste lugar. Vejo o senhor que conheci e ele quer me dizer alguma coisa.

“Você tem que conhecer a verdade que jamais foi dita.”

A verdade não era tão absurda. Não era um sonho apenas. Mas sim a passagem de transição da vida para a morte. Isso me foi dito por aquele senhor. Já em seu túmulo, não havia mais sua foto, mas sim a minha.

Então tudo foi esclarecido. Era ele quem escrevia a história, era um método de alto poder. Escrevia tudo o que eu relatava, pois eu tinha perdido a vida, quando minha mãe morreu no acidente.

Não me lembrava também que estava no carro. Sobrevivi apenas por um dia, mas permaneci em coma. Agora sei que minha única lição de vida era aquele senhor.

Fonte

Corrigido e Adaptado por Mundo Sombrio

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