Amor Sobrenatural

por Mundo Sombrio
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Rosana era uma jovem garota do interior que tinha sonhos de grandeza. Ela desejava muito sair de sua pequena cidade, onde residia com os pais em uma casa simples de madeira, para conhecer o mundo. Quando completou vinte anos,decidiu que não daria mais para esperar. Ela foi em busca de suas realizações.

Sem temer, procurou um trabalho na cidade de Londrina e encontrou uma vaga para recepcionista de uma clínica médica. O salário era bom e os horários flexíveis, dando condições à ela de fazer um curso que sempre sonhara: maquiadora profissional. Alugou um apartamento próximo ao trabalho e como não conhecia ninguém, preferiu não dividir o espaço com ninguém, poupando sua privacidade e evitando os riscos de colocar desconhecidos em sua casa. Desconfiança comum de uma moça que queria ser urbana mas tinha traços de uma vida simples e rural.

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Os primeiros meses foram difíceis. Rosana tinha dificuldade em fazer amizades por ser muito retraída e desconfiada. Entretanto, os meses foram passando e as moças do curso de maquiagem foram aprendendo a lidar com o jeito de Rosana. Então, rapidamente ela conseguiu se enturmar.

Faltando um mês para o encerramento do curso, a moça era considerada a melhor aluna da turma e estava sendo convidada para participar como maquiadora em alguns eventos. Além disso, tornou-se amiga de outras duas jovens aprendizes e elas saíam de vez em quando para se divertir em barezinhos. Aquela tensão inicial de quem acaba de chegar em um novo ambiente tinha ido embora.

No último dia de curso, as amigas de Rosana a chamaram para comemorar após a aula, a grande saga que estavam concluindo juntas. O trio combinou de ir em uma balada, pois Rosana nunca havia frequentado uma e suas amigas queriam lhe mostrar como era. E foi uma noite memorável. Rosana nunca havia se divertido tanto. Ela simplesmente amou cada detalhe da nova experiência. Porém, exagerou no consumo de bebidas alcoólicas e chegou em casa quase carregada pelas companheiras.

No outro dia, acordou tarde porque estava com dor de cabeça e não precisava trabalhar por ser um sábado. Evidentemente, apesar de todo mal estar, logo lembrou-se do quanto se divertiu na noite que passou e começou a sorrir. Resolveu rever as fotos em seu celular e entre elas havia fotos suas dormindo em sua cama. Ela começou a rir pensando que suas amigas haviam lhe pregado esta peça, então levantou-se para falar com as meninas achando que elas haviam dormido em sua casa e estavam na sala, visto que ela não se lembrava muito bem nem de como havia parado em seu apartamento. Foi quando percebeu que estava sozinha.

Ao olhar as horas (quase meio dia), ela deduziu que suas amigas foram embora antes de ela acordar e lhe mandou mensagens falando sobre a foto e perguntando qual teria sido o objetivo da brincadeira. Mas suas amigas disseram que não dormiram no apartamento de Rosana, apenas deixaram-na lá e seguiram para suas respectivas casas. Rosana passou a noite sozinha.

A jovem ficou muito assustada. Sentiu-se vigiada, considerou que alguém poderia ter invadido seu apartamento, porém nada havia sido roubado, nem estava fora do lugar. Não havia vestígios de alguém ter entrado ali. Sua cisma de moça rural retornou, talvez como nunca houvesse sentido antes. Ela tomou um banho frio, comeu algo, ingeriu um medicamento para dor de cabeça e foi para casa de seus pais.

Ela optou por não contar nada à sua família para não causar preocupações. Embora estivesse em um ambiente neutro e o mal estar pela bebedeira estivesse passando, Rosana não conseguia encontrar respostas para o fato misterioso que havia vivenciado. Chegando ao final do domingo e precisando retornar para a cidade, (pois trabalharia cedo no outro dia), ela decidiu deixar a história da foto de lado e seguir em frente.

Na noite de domingo para segunda-feira nada de paranormal lhe ocorreu, fazendo-a pensar que talvez ela mesma tenha feito a bobagem de sair novamente bêbada naquela noite e trazido alguém para seu quarto, não se lembrando pelo efeito do álcool. Hipótese que a envergonhou muito, mas explicava perfeitamente o incidente da foto.

Passaram-se três dias na mesma calmaria. Nada de estranho acontecendo. Rosana estava cheia de alegria porque havia conseguido, por indicação de uma professora do curso de maquiagem, uma vaga aos finais de semana como maquiadora profissional em um conceituado salão de beleza da cidade. Eram seus primeiros passos para alcançar seus sonhos profissionais e financeiros.

Desta vez, para comemorar, ela preferiu fazer um jantar simples com suas duas amigas em sua casa.  Foi uma noite muito agradável e ambas saíram por volta das 23 horas da casa de Rosana. Ela, então, foi tomar um banho para dormir. Após um banho relaxante com a ducha bem quente, ela se sentiu muito relaxada para descansar. Quando saiu do box do chuveiro, levou um susto. Estava escrito no espelho vaporizado: eu amo você, Rosana!

Ela entrou em pânico e começou a chorar. Saiu do banheiro enrolada em uma toalha, quando deu de cara com um caminho de pétalas de rosas e acabou seguindo-o, onde encerrou-se na sala do apartamento. Lá estava uma caixa com um laço enorme. Ela abriu e não acreditava no que via. O misto de emoção, lágrimas e pavor sobre o que estava acontecendo a deixaram em uma profunda confusão. A caixa estava repleta de materiais de excelente qualidade para trabalhar como maquiadora. Havia uma etiqueta indicando seu nome, não tinha como não ser para ela.

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Contudo, aquilo ainda lhe assustava muito. Quem estava entrando em seu apartamento? Como estava entrando? Por que lhe fazia tudo isso? E quem acreditaria em sua história? Nesta noite, Rosana não dormiu. Passou a noite em claro esperando pegar seu admirador secreto e doentio no flagra. Mas nada aconteceu.

Cerca de uma semana se passou e Rosana não se sentia mais em paz. Tinha medo a todo momento do que poderia acontecer. Reforçou as portas e janelas do apartamento, pediu ao porteiro que não deixasse nenhum estranho entrar, mas mesmo assim não conseguia dormir. Era grande seu sofrimento. Até chegar ao ponto de cochilar no sofá durante uma madrugada pela exaustão que sentia.

No outro dia, ao acordar, encontrou um bilhete ao seu lado que dizia:

Rosana, sou o Arnaldo que você atendia na clínica, me apaixonei desde a primeira vez que lhe vi, mas não tive tempo de lhe dizer. Não sinta medo, quero apenas lhe ver feliz

Arnaldo era um paciente na clínica em que Rosana trabalhava. Ela o atendeu umas quatro vezes e ele veio a óbito em decorrência de um câncer. Rosana chorou muito, mesmo assim ficou apavorada e precisava se sentir segura. Então, voltou para a casa de seus pais e lá montou um ateliê onde faz lindas maquiagens profissionais. Pelo menos até o momento, Arnaldo ainda não a encontrou.

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