Marcelo era fanático por acupuntura. Ele acreditava que sua saúde tinha melhorado desde que iniciou seu tratamento com a acupunturista Cristina. E ele estava certo. De fato, sua circulação sanguínea melhorou, percebeu melhoras no seu sistema imunológico e suas noites de sono ficaram mais longas.
Depois de muitas sessões de acupuntura tradicional, Cristina ofereceu uma nova experiência à seu cliente, a laseracupuntura. De início, Marcelo mostrou certa resistência, mas aceitou a proposta da profissional, que sempre ofereceu um serviço de qualidade.
Após a primeira sessão, o cliente sentiu que deveria fazer mais sessões como essa, e assim o fez.
Com a rotina de trabalho muito acelerada, Marcelo passou a frequentar cada vez menos a sua acupunturista.
Certa vez, numa tarde à toa, Marcelo foi até a clínica buscando um encaixe. Cristina, prontamente o atendeu e ofereceu um novo tratamento, tão bom quanto os outros, a acupuntura com abelhas. Esse era um tratamento muito procurado pelos pacientes da clínica; então, Marcelo aceitou sem pensar duas vezes.
O procedimento envolvia a aplicação do veneno de abelhas no corpo, ao invés de agulhas.
Logo no início da sessão, Cristina percebeu que Marcelo estava muito cansado e estressado, então colocou uma música relaxante e iniciou o procedimento. Assim que pressionou as primeiras abelhas no corpo de seu cliente, Cristina percebeu que ele estava pegando no sono e, por isso, não utilizou todo o veneno que poderia, afinal, Marcelo poderia dormir por mais tempo e ela tinha outros pacientes agendados.
Perto do fim da sessão, Cristina tentou acordar seu paciente, mas ele estava num sono profundo.
Todas as tentativas de acordar Marcelo foram em vão. Preocupada, a acupunturista ligou para a emergência. Para seu alívio, seu paciente estava vivo, mas não ficaria por muito tempo.
Durante o trajeto para o hospital, a pressão sanguínea de Marcelo caiu drasticamente, causando um acidente vascular cerebral e ele entrou em coma permanentemente.
Um dia após a sessão de acupuntura, Marcelo morreu de falência múltipla de órgãos.
O paciente nunca foi alérgico, nunca foi picado por abelhas, tão pouco provou o sabor do mel em toda a sua vida. E foi em seu velório, observando seu corpo inchado, que Cristina entendeu que jamais deveria ter brincado com abelhas.
ESCRITO POR: Régis Di Soller
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