O Detetive

por Mundo Sombrio
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Em uma cidade onde a noite nunca parecia terminar e as sombras se estendiam por cada esquina, havia rumores de uma força policial que não pertencia a este mundo. Dizia-se que eles apareciam apenas na mais densa escuridão, quando a linha entre o real e o sobrenatural se tornava tênue.

A história começa com um jovem detetive chamado Marco, que acabara de ser transferido para a divisão de crimes especiais da cidade. Ele era cético quanto aos rumores, mas isso mudou na noite em que foi chamado para investigar um caso incomum.

O local do crime era uma casa antiga, abandonada há anos, mas que naquela noite, as luzes piscavam freneticamente. Marco entrou na casa com sua equipe, e o que encontraram dentro desafiava qualquer lógica. Havia símbolos estranhos desenhados nas paredes com o que parecia ser… sangue.

Enquanto investigavam, sons estranhos começaram a ecoar pela casa. Passos pesados no andar de cima, sussurros vindos de salas vazias, e o sentimento inegável de que estavam sendo observados. Marco tentou manter a calma, mas seus colegas estavam inquietos.

Foi então que eles ouviram o som de sirenes, mas não eram como nenhuma sirene que já tinham ouvido antes. Era um som distorcido, quase como um grito. E então, eles viram: figuras vestidas com uniformes policiais, mas com olhos que brilhavam com uma luz vermelha sinistra.

Marco e sua equipe tentaram fugir, mas as portas e janelas pareciam ter vida própria, fechando-se violentamente. Eles estavam presos com essas entidades, que se aproximavam lentamente, sussurrando palavras em uma língua desconhecida.

A respiração de Marco estava pesada, seu coração batendo como um tambor de guerra em seu peito. Ele sabia que tinha que manter a calma, mas o medo era quase palpável, espesso como a escuridão ao seu redor. Os policiais espectrais continuavam a avançar, suas vozes um zumbido constante em seus ouvidos.

“O que vocês querem?” Marco gritou, sua voz ecoando pelas paredes manchadas.

Um dos policiais parou, inclinando a cabeça como se considerasse a pergunta. “Justiça,” ele sussurrou, sua voz tão fria quanto o ar que enchia a sala.

Marco não entendeu. “Justiça? Por quem? Por quê?”

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“Por nós,” respondeu a entidade, “pela injustiça que sofremos.”

Foi então que Marco percebeu que esses seres eram os espíritos de policiais que haviam sido corrompidos e mortos em serviço, condenados a vagar entre os mundos, buscando redenção por seus pecados passados. Eles não estavam ali para causar mal, mas para encontrar paz.

Com essa nova compreensão, Marco sabia o que tinha que fazer. Ele começou a falar com os espíritos, ouvindo suas histórias, suas dores e arrependimentos. Horas se passaram, e com cada confissão, as figuras começaram a desaparecer, uma a uma, até que apenas uma permaneceu.

Era o espírito do antigo chefe de polícia, o mais corrompido de todos. “E você?” Marco perguntou. “Você está pronto para encontrar paz?”

O espírito olhou para Marco, seus olhos vermelhos suavizando. “Eu… eu não sei se mereço.”

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“Todos merecem uma segunda chance,” Marco disse, estendendo a mão.

O espírito hesitou, mas finalmente aceitou a mão de Marco. E com um suspiro que parecia liberar séculos de dor, ele desapareceu.

A casa ficou em silêncio, e as sombras recuaram. Marco e sua equipe encontraram o caminho de volta para a luz da manhã, mudados para sempre pela noite que passaram.

Por Danielle Migotto

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