Na tranquila cidade de Petrópolis, entre as montanhas e o charme colonial, existia uma casa que todos evitavam. Uma residência antiga e imponente localizada na Rua Floriano Peixoto, com janelas sempre fechadas e um jardim que havia se transformado em um emaranhado de plantas selvagens. Esta era a casa da madrinha de Mariana, onde uma tragédia horrível havia ocorrido.
Mariana era uma menina doce e curiosa, amada por todos que a conheciam. Ela tinha apenas oito anos quando foi passar um fim de semana na casa de sua madrinha, Dona Amélia. Em uma tarde chuvosa, enquanto Dona Amélia preparava o almoço, Mariana, intrigada pelo aroma delicioso, entrou na cozinha. Curiosa e sem perceber o perigo, ela se aproximou de uma panela grande cheia de óleo fervente. Em um instante de desatenção, Mariana derrubou a panela, e o óleo quente a atingiu em cheio.
Os gritos de dor de Mariana ecoaram pela casa. Seu rosto e corpo ficaram terrivelmente desfigurados. Apesar dos esforços desesperados de Dona Amélia para salvar a afilhada, a menina sucumbiu aos ferimentos na mesma noite. A casa, antes cheia de risos e alegria, mergulhou em uma tristeza profunda.
Após a morte de Mariana, Dona Amélia nunca mais foi a mesma. Ela vivia reclusa, consumida pela culpa e pelo luto. Alguns meses depois, incapaz de suportar a dor, Dona Amélia deixou a casa na Rua Floriano Peixoto, que ficou abandonada. Foi então que começaram os relatos estranhos.
Os vizinhos começaram a ouvir risos infantis e choros abafados vindos da casa vazia.
Objetos eram vistos se movendo por conta própria, luzes piscavam, e a temperatura caía drasticamente em certas áreas. Aqueles que se aventuravam perto da casa sentiram uma presença inquietante, como se fossem observados por olhos invisíveis.
Os eventos mais perturbadores ocorreram quando um grupo de adolescentes decidiu explorar a casa, atraídos pela fama de ser assombrada. Armados com câmeras e lanternas, eles entraram, rindo e zombando das histórias. Mas a atmosfera mudou rapidamente. No corredor, encontraram a cozinha, onde o acidente fatal havia ocorrido. A sensação de frio era intensa, e um silêncio mortal preenchia o ar.
De repente, as portas começaram a bater violentamente, e os gritos de uma criança ressoavam pela casa. Um dos adolescentes, ao olhar pela janela quebrada do forno, viu o reflexo de uma menina com o rosto e corpo desfigurados, os olhos cheios de dor e fúria. Eles fugiram aterrorizados, jurando nunca mais voltar.
As histórias sobre o fantasma da menina Mariana se espalharam. Motoristas que passavam pela Rua Floriano Peixoto à noite afirmavam ver uma figura infantil no jardim, que desaparecia assim que se aproximavam. Empreiteiros contratados para reformar a casa desistiram após poucos dias, alegando que ferramentas sumiram, martelos voavam das mãos e vozes sussurrantes os perturbavam constantemente.
Uma noite, um investigador paranormal decidiu passar a noite na casa, determinado a documentar a atividade sobrenatural. Com câmeras e equipamentos de gravação, ele se instalou na sala de estar. Durante as primeiras horas, nada aconteceu. Mas, por volta da meia-noite, os sensores de movimento dispararam. O investigador ouviu passos leves e o som de uma criança cantando uma melodia triste.
Revendo as filmagens mais tarde, ele viu o que o fez desistir do projeto para sempre: uma figura translúcida de uma menina, com o rosto e corpo desfigurados, movendo-se pelos corredores, às vezes parando e olhando diretamente para a câmera com olhos tristes e acusadores.
A casa na Rua Floriano Peixoto permanece abandonada até hoje, um monumento silencioso à tragédia e ao sofrimento. Os moradores de Petrópolis evitam a rua onde está localizada, especialmente à noite. Mariana, a menina que morreu tragicamente em um acidente, continua a assombrar o lugar onde sua vida foi interrompida de forma tão brutal. Seu espírito, cheio de dor e raiva, parece preso entre este mundo e o próximo, transformando a casa em um local de terror eterno.
E mesmo após décadas, a presença de Mariana é sentida. Nas noites mais escuras, seu choro pode ser ouvido, ecoando pela Rua Floriano Peixoto, lembrando a todos da tragédia que ali ocorreu. E a cada vez que alguém se aproxima da casa, eles sentem o peso do olhar invisível da menina, que ainda busca paz em um lugar de eterna desolação.