O Diário Perdido

por Mundo Sombrio
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ARQUIVO: Ultra Secreto

EM POSSE DE (Não revelado)

Data: 29 de Fevereiro (Ano Desconhecido)

(Arquivo encontrado junto com pertences da vítima, formato em diário, dono nunca encontrado.)

ITENS: Confiscados.

PRECAUÇÃO: Caverna Selada.

Conteúdo do Arquivo…

Oi! Me chamo (NOME OCULTADO) e gosto de realizar pesquisas em cavernas de diversos locais a qual sempre faço diversas descobertas científicas, ganhei vários prêmios, fiz diversas entrevistas e sempre batizei as descobertas com uma letra do meu nome. Sempre me encho de orgulho quando falo sobre isso, porém… Existem coisas entre o céu e a terra que nenhum ser humano está pronto para descobrir, foi o caso da minha última expedição… Sozinho.

Estava de olho em uma montanha a alguns anos, pois ela sempre me fascinou deste pequeno. Algo ali me chamava, algo ali me encantava, mas nunca soube o que era. Foram muitos “não” da prefeitura da cidade (NOME OCULTADO) para que eu fizesse a exploração do local, mas com as palavras certas e bons argumentos como: se eu descobrisse algo seria patrimônio deles, aumentaria o turismo local e provavelmente chamaria a atenção da comunidade científica e isso tudo aumentando o lucro da região podendo o mundo ter os olhos para aquele local, tendo assim quem sabe investimentos futuros. Conversa vai e conversa vem consegui a licença de exploração, sem uso de ferramentas que pudesse machucar a fauna e flora do local.

Contratei um serviço de vôo de helicóptero e rondei envolta da montanha fazendo uma busca se encontrava uma caverna ou algo semelhante. E um ponto escuro chamou minha atenção. O piloto pousou próximo e logo saiu, pois o helicóptero apresentou algumas falhas elétricas:

– Senhor (NOME OCULTADO), eu vou na manutenção da base verificar o problema. Mas retorno para sua busca na hora marcada, com este ou outro helicóptero. – Foram suas última palavras antes de subir o que deu tempo de me acenar com a cabeça.

Dentro da minha bolsa carga levo lanterna, pilhas, sinalizadores, uma pistola de sinalização com uma caixa contendo seis munições, machado de escala, cordas, facas, ração e meu celular com a melhor câmera e memória possível. Caminhei pelo local cujo solo é muito difícil e íngreme, o terreno não foi feito para exploração humana, mas feito adequadamente para os animais e antes de chegar na boca da caverna foi bem complicado. O que me deixou mais intrigado, foi por um momento rápido senti o chão subir e descer como uma respiração, mas deduzi que poderia ser coisa da cabeça já que o sol está bem quente.

Logo que cheguei na boca da caverna não ouvi nada apenas um silêncio ensurdecedor o que já é de costume. Algo chamou minha atenção a alguns metros adentrando a caverna, meus olhos brilharam ao ver dois majestosos pilares coberto de poeira que parecia sair de dentro da caverna ou simplesmente seguram a montanha como Atlas segura o Mundo:

– Que fascinante! – Falei maravilhado. – O que será que tem aqui dentro? Que segredos essa senhora montanha me revelará? – Tirei meu celular do bolso e comecei a tirar fotos de todos os ângulos.

Nos pilares pude ver desenhos como se fossem hieróglifos bem antigos:

– Desconheço essa língua, parece se datar a mais tempo que as escritas dos sumérios.

Jamais vi esses desenhos poderia ser um aviso? Talvez umas boas vindas? Alguma informação para o povo desse tempo? Ou quem sabe uma oração já que aqui pode ser um templo. Fui caminhando lentamente para dentro da caverna, peguei minha lanterna e iluminei o chão empoeirado, me apoiei nas paredes da caverna e fui descendo e o que mais me espantou foi avistar mais na frente o que parecia ser uma escada de pedra. Fui registrando tudo, filmando tudo e comentando tudo que eu via com meus olhos no gravador do celular.

Com cuidado fui descendo as escadas com calma e com medo de ativar algum dispositivo. Conforme iluminava parecia que a escada não tinha fim estava tomado pela euforia e ansiedade de novas descobertas, não havia nada de anormal ali pensava eu, leigo engano. Cada vez que descia as escadas a escuridão á minha volta envolvia tudo e somente a luz da lanterna que quebra o breu total e o mais estranho de tudo, que percebi tempos depois, não havia um animal peçonhento ou morcegos aqui dentro.

Conforme ia descendo a escadaria de pedra, registrava as coisas que encontrava, até ver finalmente uma luz ao final da escada que acendeu misteriosamente. A luz de aspecto azulada brilhava friamente sobre um chão de calcário branco e continuei descendo até chegar em um pequeno arco em forma de portal e nele outros desenhos estranhos o circundam, assim que o atravesso um pires ao lado se acendeu misteriosamente e um outro pires se acendeu com a mesma chama e logo outra, dando assim uma sequência de acender todos os pires em ordem que circularam uma gigantesca sala de tamanho colossal.

Aquele vislumbre assustador foi quebrado quando vi algo que meus olhos não acreditava estar vendo que é um imenso diamante, do tamanho de dois ônibus em pé, brilhava com as luzes das chamas como se dançavam pelo reflexo iluminando assim todo o colossal salão, revelando imensos desenhos nas paredes polidas e se eu for me localizar parece que estou nas profundezas da montanha pelo tanto de escada que desci, os desenhos feitos nas paredes parecia contar histórias de um monstro gigantesco que dominou a terra a muitos anos e as pessoas a temiam e veneravam ao mesmo tempo. Algo me chamou a atenção no teto, naquela escuridão, peguei minha pistola na bolsa e coloquei um sinalizador e disparei a luz vermelha revelou algo estranho: Um grande círculo com inscrições estranhas jaz ali encima do diamante.

Buscava entender através dos desenhos nas paredes o que houve com a tal criatura e onde ele estava e mais curioso fiquei pra saber do que se trata este imenso diamante, observando os desenhos e analisando vi que o colocaram pra dormir com algum tipo de ritual. Em outra arte vi seres pequenos que são homens e mulheres, tão insignificantes diante da colossal criatura, que faziam um segundo ritual onde usavam o imenso diamante.

Olhei novamente para o diamante e reparei ao seu redor cintos de ferro e algumas correntes que o prendiam, como se alguém não quisesse que ele fosse roubado, mas como iriam tirar um imenso diamante daqui de dentro? E o melhor, como foi que ele chegou aqui? Eu não vi nada demais, apenas imaginei a fortuna que ele poderia valer, mas não fui tomado pela ganância e luxúria, os desenhos haviam acabado e pude notar uma segunda porta que de dentro emanava uma luz verde, novamente as mesmas incrições pelo arco da porta até o chão. Quando atravessei algo paralisou-me as pernas, dei de cara com um enorme crânio que repousa tranquilamente ao chão, cujo restante do corpo está enterrado, o crânio é tão colossal que ultrapassa os limites do diamante na sala anterior:

– Este crânio é da criatura pintada nas paredes, mas como? – Continuei filmando, mas com muito medo agora.

Este salão tem a mesma dimensão da sala anterior, os desenhos davam continuidade na história mostrando o ritual com o enorme diamante, foi retirado do colosso seu espírito ou alma e o aprisionaram dentro da pedra. Olhei novamente para o crânio e senti um vento vindo dele indicando que o monstro está vivo, respirando e contínua dormindo, sua pele é estranhamente marrom misturado com um verde musgo, não tem qualquer semelhança a uma feição humana, havia quatro olhos fechados, sem orelhas, no lugar do nariz havia apenas três enormes buracos de onde saia o vento da respiração:

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– Se eu continuar aqui temo que isso abra os olhos.

Não continuei seguindo apesar de que havia outra porta no final do salão, dessa vez a luz é roxa, fiquei com medo e algo dentro de mim me alertou de algo pior, então parei de gravar.

Fui caminhando com calma até chegar no primeiro salão e logo uma tontura me atacou fazendo-me cair de joelhos diante do diamante, de dentro dele pude ver uma fumaça negra se formando e quatro grandes luzes vermelhas apareceu como olhos de rubi que ficaram me encarando. Uma sensação horrível de medo me dominou, diante daquela coisa flashes de imagens estranhas surgiram em minha mente como memórias retorcidas:

– O que está havendo com minha mente?! – Vi um ser gigantesco imergindo da terra e um céu com nuvens escuras cobrindo a luz do sol. – Que imagens são essas?

Comecei a segurar minha cabeça e apertar-la pois comecei a sentir uma leve dor como agulhas entrando na minha nuca. Comecei a ver grandes cidades em chamas, pessoas gritando, sacrifícios de gente e animais sendo feitos aleatoriamente:

– Que imagens são essas? Meu Deus o que está havendo?

Quanto mais eu me desesperava mais imagens surgiam, passei a ver pessoas se jogando a morte, matando seus parentes e os seus animais de estimação como se uma grande loucura tivesse invadido suas mentes:

– Misericórdia meu Deus, o que tá havendo? – Então pude contemplar imagens de pessoas adorando a criatura enorme que trás consigo as trevas, aviões de guerra lutando contra a criatura, tanques e exércitos de todas as nações unindo forças para matar o monstro. Apenas um grito os aviões e tanques explodiam e seres menores saiam da terra e do mar para lutar contra o exército da terra e navios que estão no mar.

E uma voz sinistra ecoou na minha mente como se fosse meus próprios pensamentos:

– Liberte-me… Lhe darei poder.

– Quem é você? – Perguntei com medo.

– Me chamo (NOME OCULTADO)

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– Não sei quem é, mas sinto meu corpo negando seu pedido. – Respondi trêmulo.

– Darei fama, status e riquezas…

– Não quero…

– Irei destruir você caso não me obedeça mortal.

– Sinto que não posso deixar você sair, pelo que entendi, você fez algo terrível pra estar onde está. Os desenhos mostram essa saga até onde sei…

– Se esta é sua escolha, que assim seja.

Senti meu corpo e minha cabeça novamente bem, pude finalmente me levantar e sem pensar duas vezes sai correndo daquele local, subi as escadas correndo em desespero quando um som aterrador começou vir do fundo como se algo viesse me pegar. O chão começou a tremer como se a montanha quisesse me derrubar me fazendo cair escada a baixo, o som estava se aproximando minhas pernas ganharam forças e subia cinco degraus a cada passada que dava, por fim quando vi a luz da saída pisei em solo me machucando nas paredes da caverna o som estava mais perto quando vi os pilares não pensei em nada e pulei pra fora.

No lado de fora quando olho rapidamente para a boca da caverna contemplei apenas um enorme olho, com pupila de gato, fixou em mim seu olhar e pude ver meu reflexo. Não tinha pálpebra, não tinha cílios, apenas um enorme olho que não conseguiu passar dos pilares como se eles impedisse sua saída. Ficou ali me observando até que foi se afastando e sumindo na escuridão da caverna.

Agora termino de escrever tudo que vi, registrei tudo que olhei, contemplei algo que jamais, nem em meus piores pesadelos, acreditaria em ver. Não sei o que era o gigante, nem o diamante, os símbolos ou até mesmo esse enorme olho. Só sei que o mundo precisa saber. Porém… Não me sinto bem depois que sai, parece que meu corpo está leve, sumindo… Vou dormir um pouco aqui mesmo, construir uma barraquinha até o helicóptero vir.

DEPOIS DE ALGUMAS HORAS

O helicóptero chega, mas o rapaz não surgiu. O piloto acionou as autoridades locais devido o desaparecimento de seu cliente, não demorou muito chegou uma equipe do governo e alguns homens e mulheres muito estranhos que portavam em suas camisas um símbolo estranho uma espécie de engrenagem com três dentes, um círculo no centro e três setas apontam para dentro deste círculo. Fecharam a boca da caverna, não encontraram realmente o homem e o caso não surgiu em mídias, seus familiares também desapareceram depois do ocorrido.

Por J.J. Santos

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