Sete Passos

por Mundo Sombrio
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a lenda do sete passos lenda urbana
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Foi há muitos anos, numa cidadezinha do interior de São Paulo onde se deu este ocorrido.

Entre os colonos e funcionários de uma fazenda de café, morava Maria Ana que estava noiva de Genésio. Esses dois, pertenciam à famílias humildes de colonos daquela fazenda.

Maria Ana, como sempre muito caprichosa, preparava com esmero seu enxoval e Genésio reformava um casebre num pedacinho de terra que havia comprado com muito sacrifício.

Eles se casaram então, numa festa simples mas com muito amor. Tudo corria muito bem. Os anos iam se passando e nada de virem os filhos do casal.

Cada dia que passava, Maria Ana se entristecia, pois via todas as amigas engravidando e tendo suas pencas de filhos e ela, nada…
Ela ficava triste também, pois todos, mesmo que indiretamente, a cobravam quanto à maternidade. Até que seu marido, o Genésio, começou a cobrá-la também.

Tornou-se impaciente com ela. Dizia que era seca e que, se não desse um filho a ele, este arrumaria uma mulher que lhe desse.

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Maria Ana ficava arrasada com tudo isso.

Insegura, triste, frustrada, pois queria também ser mãe. Por causa disso, Maria Ana tornou-se uma mulher amarga, mal humorada e ranzinza. O marido já lhe não respeitava mais e todos os dias “jogava-lhe na cara” que não podia dar-lhe um filho. Também seguiam-se as ameaças de deixá-la devido à sua “incompetência” como mulher .

Até que um dia, durante mais uma discussão do casal sobre este mesmo motivo, após ele ter saído e batido a porta, Maria Ana gritou em alto e bom tom:

“EU VOU TER UM FILHO NEM QUE SEJA PARA SER AMANTE DO DIABO!”

Daquele dia em diante, Maria Ana passou a blasfemar contra Deus, dizendo que teria o filho que o marido tanto lhe cobrava, nem que para isso tivesse que “dar para o diabo”!

Quem ouvia aquilo, fazia o sinal da cruz e saía logo de perto.

Em um final de tarde, armou-se um temporal na cidade. O céu ficou muito escuro e uma ventania como nunca vista antes se deu durante toda a noite.

Na manhã seguinte, as pessoas foram ver os estragos feitos pelo temporal visitando umas as casas das outras para ver se estavam bem.

Ao chegarem na casa de Maria Ana e Genésio, elas a encontraram com suas vestes rasgadas, toda machucada e arranhada, como se tivesse sofrido agressões.

Após ser cuidada, disse que não se lembrava de nada do que tinha acontecido, mas que não tinha sido o marido que a tinha agredido, pois este, já a tinha abandonado a casa. Enfim, ninguém soube o que realmente aconteceu.

Passado um tempo, Maria Ana começou a enjoar e engordar muito. Até que se confirmou o que ela e todos suspeitavam. Ela estava finalmente grávida. Mas de quem? Se o marido a havia deixado?

As pessoas lembraram então daquelas palavras maledicentes que a mulher proferia e se benzeram.

Os meses se passaram e, chegando a hora do parto, Dona Zélia, a parteira da região, foi chamada.

Foi um parto difícil, mas eis que nasceu um menino que sequer chorou e que tinha olhos bem abertos e penetrantes.

Todos estranharam o fato da criança não chorar.

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No quarto dia de nascida, a criança já sentava no berço, ria e olhava fixamente para as pessoas. Todos aqueles que iam visitá-los, ficavam perplexos.

Com uma semana de nascida, a criança já tinha os dentinhos e ficava de pé no berço e numa dessas visitas das vizinhas, aconteceu o improvável…

Sob os olhares incrédulos das vizinhas, o bebê com 10 dias de nascido, desceu do berço e, com certeiros e contados 7 PASSOS vagarosos e pesados (com som de cascos de cavalo), dirigiu-se à sua mãe, olhando-a com ódio e sorrindo maleficamente, pegou uma faca que estava sobre a mesa em seu caminho e cravou-lhe no peito 7 facadas diretamente no coração. Enquanto o sangue esguichava, o bebê ria, rosnava e sugava-lhe o sangue.

As mulheres horrorizadas correram e gritavam chamando por ajuda. Ao voltarem, encontraram Maria Ana seca! Sem uma gota de sangue no corpo, com os olhos arregalados e nem sinal do bebê, somente um forte cheiro de enxofre no ambiente.

Enterraram então Maria Ana e queimaram aquela casa com tudo que havia dentro.

Nunca mais construíram nada naquele terreno que nem mato crescia nele.

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