O Fantasma do Píer 12

por Mundo Sombrio
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Trabalho na área de vigilância patrimonial e já  vi e escutei muitos casos nesses longos anos de serviços. O que irei relatar,  aconteceu no  porto da antiga Petrobrás da Arthur Bernardes. Naquela época, eu era inspetor rondante e fazia rondas nos postos para dar apoio aos vigilantes.

No  píer 12, tirava serviço um companheiro que  chamarei aqui apenas de João. Os outros guardas,  já haviam falado que o João já há algum tempo,  apresentava certa preocupação aos colegas,  por sempre ficar sozinho e falar pouco. Certa vez, ele  tinha comentado com um companheiro de plantão,  que não gostava de tirar serviço naquele píer,  pois a partir de  certa hora, sempre via um homem que lhe acenava, e ao chegar perto,  o mesmo sumia. O vigilante contou a história aos  outros colegas, que  começaram a tirar sarro da cara do João,  o que fez ele se afastar do grupo,  com vergonha.

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Mas numa noite,  um dos vigilantes comentou comigo este fato e eu fiquei curioso para saber se era verdade. Então,  cheguei à Petrobrás na hora de  sempre.  O rádio HT dele ficava mudo, e os colegas afirmavam q ele desligava para dormir. Então,  cheguei ao posto e pedi a um guarda para me acompanhar até o píer.  Ao chegarmos no local, ficamos escondidos,  quando o vigilante João passou por nós muito nervoso e com os braços cruzados, como se estivesse com frio.  Foi então que olhando para um guincho próximo a uma rampa,  começou a falar:

O que tu queres comigo?  Deixa eu trabalhar em paz!

Eu e o outro guarda sacamos nossas armas, e pensando ser “ratos d’água”( ladrões),  fizemos um cerco, mas não tinha nada.

Chamei o guarda João pelo rádio,  mas só chiava. Foi então que  fui ao seu encontro e me identifiquei,  lógico, para não tomar um tiro.  Ele respondeu e perguntei com quem  ele estava falando. Ele meio sem jeito,  olhou para o outro guarda que estava  me acompanhado.

 Logo entendi.  Pedi ao outro guarda  para ficar a sós com ele.  Foi quando fiquei sabendo o que vinha acontecendo:  ele falou  que começou a ver um homem caminhando todas as noites no píer, ele pensando ser algum marítimo ou algum funcionário, chamava a pessoa mas sempre que chegava próximo do guincho,  o homem sumia.  Aí depois começou a ver que ele  acenava para que João o seguisse. Dessa maneira, ele já   não o deixava mais em paz, aparecendo várias vezes durante seu plantão.

 Perguntei porque ele  não comunicou o fato. João disse que ficou com medo das pessoas pensarem que ele  era desequilibrado, e assim  perder o emprego.

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Fiz  uma pesquisa com funcionários antigos do lugar, e descobri que  muitos anos atrás,  houve um acidente com um dos funcionários: um contêiner se soltou e veio a cair em cima de um operário. Ali estava   a explicação, todo esse tempo esta alma do funcionário  ainda não tinha aceitado sua desencarnação.

Por: Belém de Arrepiar

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